O caso do Descobrindo de hoje ocorreu em Bento Gonçalves no ano de 1945. Uma família inteira acabou no hospital ao passar mal repentinamente. Nos exames o médico identificou que todos foram envenenados, mas como?
Perto do meio dia, a matriarca da família, chamada Vera, como de costume, cozinhou o almoço: uma sopa com um pouco de farinha. Sentindo-se indisposta e adoentada, ela se retirou ao quarto para descansar e mandou a nora, Rita, servir a refeição. Logo que os membros da família comeram a sopa, passaram a se sentir mal e vomitar.
No momento em que seu sogro começou a dar sintomas, Rita percebeu um padrão. Dessa forma, enquanto um vizinho passava ali por perto, a moça pediu para que ele corresse até a roça e impedisse que outros membros da família ingerissem a comida, mas era tarde demais. Rita foi até a sogra, que ainda descansava, e avisou do ocorrido, o médico foi chamado e os afetados foram transferidos ao hospital. Infelizmente o patriarca, que já estava internado, veio a falecer.
João, um dos filhos dos donos da propriedade que não morava com família, foi correndo para casa do pais quando soube da tragédia. Lá observou que um dos sacos de formicida que seu pai guardava para matar formigas estava aberto e rasgado de tal forma que o seu conteúdo estava espalhando pela prateleira. Parte do veneno caiu na parte de baixo e se misturou com o saco de farinha. Essa mesma farinha foi usada por Vera na sopa que preparou para sua família.
A matriarca foi indiciada, pois foi ela quem fez a refeição. Contudo, os membros da família, em seus depoimentos, disseram a mesma coisa, que teria sido um acidente. Por fim, o processo foi arquivado e ela não foi julgada. Sendo um crime que ocorreu em uma época que havia pouca tecnologia, pode ser que houvesse outra motivação ou fatos que não puderam ser apurados, levando apenas em conta os depoimentos da família.

A obra (2024) escolhida para ilustrar o caso da sopa trata-se da pintura do artista Jeremy Miranda, intitulada: Cozinhando.