Ações do Arquivo Público do RS são apresentadas em evento no Rio de Janeiro
Programa Arquivo Digital e o Projeto Documentando a experiência da COVID-19 foram abordados em congresso de Humanidades Digitais
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O Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul (APERS), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), esteve presente no III Congresso Internacional em Humanidades Digitais da Cidade do Rio de Janeiro (HDRio2023), realizado entre 17 e 20 de abril.
As Humanidades Digitais podem ser entendidas como um campo interdisciplinar de pesquisa, reflexão a intervenção prática, que coloca as mídias e tecnologias digitais a serviço da produção e difusão de conhecimentos em ciências sociais e humanas. Nesse congresso foram apresentadas soluções, metodologias e experiências de várias instituições, pesquisadores e estudantes que estão (re)pensando as redes de comunicação, a democratização do acesso a fontes de pesquisa, à arte e à cultura, em uma realidade cada vez mais impactada pelo aumento exponencial da capacidade de produção, armazenamento e processamento de dados em meio digital, pela possibilidade de conversão de todo tipo de acervo em conteúdo digital e pela facilidade de acesso a esse conteúdo em dispositivos móveis na vida cotidiana.
O Programa Arquivo Digital, projeto estratégico de governo monitorado pelo Acordo de Resultados, visa ao emprego de soluções tecnológicas voltadas à gestão e preservação de documentos nascidos digitalmente, que carecem de manutenção tecnológica permanentemente assistida. "Com o Estado pensando cada vez mais em soluções tecnológicas de transformação digital e serviços digitais para a população, o APERS tem se dedicado nos últimos anos em buscar soluções de preservação dos dados e informações produzidos e como será o acesso transparente. Como acontece na documentação física, eles também devem ser mantidos autênticos e íntegros. Estamos pensando nos meios sustentáveis destes serviços e que esses sejam perenes, acessíveis e recuperáveis ao longo do tempo”, explica Balbon.
Já o Projeto Documentando a experiência da COVID-19 no Rio Grande do Sul, por sua vez, foi criado com o objetivo de documentar e preservar registros sobre o período de isolamento social gerado pela pandemia da COVID-19, intenção que somente pode ser viabilizada com o amplo emprego das tecnologias digitais. Entrevistas de História Oral, testemunhos escritos, fotos e vídeos enviados por cidadãos, onde evidenciam-se as mudanças causadas no cotidiano pelo avanço do contágio, fazem parte do material coletado. A ação envolveu 15 universidades, instituições de memória e grupos de pesquisa de diversas regiões do estado. "Considerando nosso papel enquanto instituição de memória promotora da gestão documental, desenvolver o projeto foi um modo de atribuir sentido às nossas competências: voltamos nossos esforços para registrar testemunhos que dão conta desta experiência, tão singular quanto dolorosa. Significou buscar assumir nosso compromisso social diante de um evento traumático, mundialmente impactante”, relembra Clarissa. “Agora, temos como desafio garantir a preservação e o acesso de longo prazo aos documentos digitais produzidos a partir do projeto", conclui – o que se dará em conexão com o Programa Arquivo Digital. O "Documentando" possui uma página no site do APERS, onde é possível acessar informações sobre o Projeto e participar da coleta de depoimentos. Caso tenha interesse de participar relatando suas experiências no período pandêmico, ainda há tempo. Acesse o link aqui.
Como pode-se observar, as problemáticas que vêm sendo tratadas pelo Arquivo Público estão em diálogo pleno com as transformações do tempo presente. Mudança de cultura organizacional, investimentos em pesquisa e tecnologia por parte da Administração Pública, assim como a busca por garantir acesso democrático à informação, à tecnologia e ao conhecimento por parte da população são alguns dos desafios enfrentados pela Instituição e pela SPGG.