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Associação dos Amigos do Arquivo Público firma contrato para realização das artes da nova oficina do PEP

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APERS, AAAP e UFRGS na reunião firmam contrato para realização das artes da nova oficina do PEP
APERS, AAAP e UFRGS na reunião firmam contrato para realização das artes da nova oficina do PEP - Foto: Gabriel Gaziero/ APERS
Por Gabriel Gaziero/ APERS

Quando da retomada do Programa de Educação Patrimonial UFRGS-APERS, no início de 2023, após a suspensão das atividades durante a pandemia de Covid-19, um dos principais objetivos, além da reformulação do portfólio atual de oficinas, foi o desenvolvimento de uma nova oficina de educação patrimonial, voltada aos estudos sobre o pós-abolição no Rio Grande do Sul. Para isso, além da equipe diretamente ligada ao PEP, no APERS e na UFRGS, se juntaram ao projeto as professoras parceiras Melina Kleinert Perussatto e Sarah Calvi Amaral Silva, especialistas no campo do pós-abolição.

A oficina em desenvolvimento mobilizará o acervo do APERS, fazendo uso de processos-crime, inventários, testamentos, tutelas e outros documentos, cotejando-os com documentos e materiais complementares, para provocar reflexões sobre as vidas e as trajetórias de pessoas negras na Porto Alegre entre o final do século XIX e o início do século XX. Entre os conceitos-chave a serem trabalhados estão a liberdade, a cidadania e o protagonismo de pessoas negras em diversos campos - social, político, intelectual e religioso – bem como as suas formas de resistência e combate ao preconceito. Após um ano de pesquisas, foram definidos sete casos e o material didático começou a ser elaborado. Atualmente, duas caixas estão concluídas, as de João Moreira e de Ottilia Pires Soares, e outras duas estão em estágio avançado de desenvolvimento, a de Calisto Felizardo de Azevedo e de João Eugênio da Silva, o “Fritz”.

A estagiária do PEP, Ana Golombiewski, apresenta uma das caixas pedagógicas ao grupo.
A estagiária do PEP, Ana Golombiewski, apresenta uma das caixas pedagógicas ao grupo. - Foto: Gabriel Gaziero/ APERS

Aos moldes da oficina “Resistência em Arquivo: patrimônio, ditadura e direitos humanos”, que traz em sua dinâmica quadrinhos do artista Bruno Ortiz Monllor, a nova oficina terá ilustrações exclusivas que comporão o material educativo. Serão um total 22 ilustrações, três para cada caixa e um mapa histórico da cidade que representará os espaços percorridos pelos sete personagens. A oficina, além de buscar retratar as vidas dessas pessoas, também pretende conectá-las ao território de uma cidade em transformação, apontando para os espaços de sociabilidade, de encontro, mas de repressão e de apagamento da presença negra na Porto Alegre da virada do século XX.

Professora Melina Perussatto apresenta a oficina em desenvolvimento pelo APERS e UFRGS
Professora Melina Perussatto apresenta a oficina em desenvolvimento pelo APERS e UFRGS - Foto: Gabriel Gaziero/ APERS

Sabendo da relevância do PEP para a comunidade escolar do estado e da sua importância dentro das iniciativas do Arquivo Público, a Associação dos Amigos do Arquivo Público (AAAP) se prontificou a fazer um investimento significativo no programa para a realização das artes do material da oficina. No último dia 12 de fevereiro em reunião com a equipe pedagógica do PEP no APERS, a Associação, na pessoa da sua atual presidente Clara Marli Scherer Kurtz, assinou o contrato com a artista Ana Luiza Koehler, que já tem uma trajetória de ilustrações educativas e de quadrinhos em seu portfólio, incluindo as HQs Beco do Rosário e Viaduto, que se passam na capital nas décadas de 1920 e 1930, respectivamente. O conhecimento da arquitetura, do mobiliário e da vestimenta da época, aliado ao estilo característico do traço de Ana Luiza contribuirão para a visualidade da oficina, proporcionando uma experiência educativa que retrata a vida de pessoas que viveram e lutaram por liberdade e cidadania em nossa cidade. O trabalho de ilustração deve levar cerca de seis meses, coincidindo com a finalização da oficina, entre agosto e setembro de 2025. 

A primeira temporada da nova oficina sobre o pós-abolição está programada para acontecer entre outubro e dezembro de 2025. Quando forem abertos os agendamentos para escola, será feita ampla divulgação pelo site e redes sociais do Arquivo, fiquem ligados!

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