A história das mulheres é marcada por constante luta. Aquilo que entendemos como direitos básicos sempre foram garantidos aos homens. Estudar, votar, trabalhar não foram direitos dados às mulheres, mas conquistados por elas.

No Brasil, as mulheres começaram a frequentar escolas em 1827 e a ter acesso ao ensino superior somente 52 anos depois, em 1879. O direito ao voto foi conquistado no século seguinte, em 1932. Quanto ao direito de trabalhar, é importante salientar que as mulheres sempre trabalharam, porém nem sempre foram reconhecidas dentro de seus espaços de ofício.

Foi com a Consolidação das Leis Trabalhistas, em 1943, que ocorreu a concretização das matérias relativas ao trabalho, incluindo o exercício da atividade empregatícia da mulher. Porém, somente 30 anos depois, em 1962, com a Lei 4.121, também conhecida como "Estatuto da Mulher Casada", as mulheres não precisaram mais da autorização do marido para trabalhar fora. Nesse mesmo ano, as mulheres conquistaram o direito de ter seu próprio CPF e abrir contas bancárias independentes de pais ou cônjuges.

E quanto à história das mulheres e o Arquivo Público do Estado do RS?

O APERS foi construído também por mãos femininas, seja através da autoria dos processos que formam o acervo, seja através do serviço de todas as profissionais que trabalham no Arquivo. Assim como relatado acima, o espaço da mulher dentro do APERS também foi conquistado através de luta ao longo dos anos. É possível pensar a partir dessa perspectiva se observarmos que o Arquivo foi criado em 1906 e teve sua primeira funcionária em 1920, 14 anos após sua fundação. Somente 73 anos depois, uma mulher chegou ao cargo de diretora, em 1979. No início da década de 90, o APERS recebeu o primeiro grupo de servidoras, entre elas arquivistas e historiadoras.

A trajetória das mulheres é uma história de conquistas e resistência. Cada direito alcançado é fruto de muita luta e perseverança. No Arquivo Público do Estado do RS, essa história se reflete nas mãos femininas que ajudaram a construir e a manter viva a memória do nosso estado.

Celebrar o Dia Internacional da Mulher é reconhecer essas batalhas e valorizar cada passo dado em direção à igualdade. Que possamos continuar avançando, inspiradas pelas mulheres que vieram antes de nós e determinadas a abrir novos caminhos para as futuras gerações.