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O PEP voltou!

Programa de Educação Patrimonial UFRGS-APERS retoma atividades com temporada da oficina Resistência em Arquivo

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Debate em grupo permite reflexão sobre participação política, patrimônio, memória e direitos humanos - PEP
Debate em grupo permite reflexão sobre participação política, patrimônio, memória e direitos humanos.
Por Natália Velho Noronha, Clarissa Sommer Alves e Gabriel Gaziero/ APERS

É bom estar de volta! Após um hiato durante a pandemia, em agosto de 2023 as atividades presenciais do Programa de Educação Patrimonial UFRGS-APERS (PEP) foram retomadas. O PEP é simultaneamente um Projeto de Extensão Universitária e um programa educativo, desenvolvido através de uma parceria entre a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e o Arquivo Público do Estado, atuando desde 2008 no intuito de proporcionar diferentes oficinas de Educação Patrimonial, criando espaços de conexão para aproximar a comunidade  do Arquivo e de seu acervo, de modo a estimular seu reconhecimento como patrimônio histórico e cultural em uma perspectiva de apropriação crítica. O Programa é coordenado conjuntamente pelo historiador do APERS, Gabriel Gaziero e pelas professoras da UFRGS, Letícia Bauer e Carla Rodeghero, e a equipe conta também com uma estagiária do APERS, Natália Noronha, e duas bolsistas de extensão da UFRGS, Bruna Escouto e Marina Ribeiro.

A oficina oferecida nesse processo de retomada chama-se "Resistência em Arquivo: patrimônio, ditadura e direitos humanos" e é direcionada aos nonos anos, Ensino Médio e EJA. Ela propõe reflexões acerca das experiências de repressão e resistência à ditadura militar e se baseia em documentos salvaguardados pelo APERS, produzidos pela Comissão Especial de Indenização. Ao longo da sua dinâmica são trabalhados processos que reúnem depoimentos, laudos médicos e psicológicos, documentos militares e policiais, dentre outros, reunidos por ex-presos políticos do regime militar que solicitaram indenização pelos danos sofridos em decorrência da repressão.

Estudantes são divididos em grupos trabalhando diferentes processos de indenização.
Estudantes são divididos em grupos trabalhando diferentes processos de indenização.

As oficinas são ministradas em conjunto por 5 oficineiros, cada um sendo responsável pela dinâmica e mediação de um grupo de cerca de 6 estudantes, que trabalham um processo específico deste fundo documental. A oficina ainda conta com uma vivência do conjunto arquitetônico do Arquivo Público do RS, patrimônio tombado pelo IPHAE, a partir de uma caminhada por entre as estantes dos prédios, na qual os estudantes são chamados a realizar a busca ativa dos documentos com os quais irão trabalhar. Neste percurso, entram em contato com conceitos relativos à preservação e difusão do patrimônio, à importância das fontes históricas, e com a própria história secular do APERS.

Nova metodologia envolve uso de tirinhas ao final da oficina.
Nova metodologia envolve uso de tirinhas ao final da oficina.

Os objetivos do PEP são múltiplos: oferecer espaço de estágio curricular para  estudantes de graduação; ofertar possibilidades de extensão especialmente diante da curricularização da extensão nas universidades; promover a formação e a experiência com educação patrimonial em uma instituição arquivística  para estudantes de graduação e professores da Educação Básica; fomentar experiências educativas investigativas e reflexivas a partir do patrimônio documental; e cumprir o papel educativo e de difusão fundamental a uma instituição como o Arquivo Público, trabalhando questões como memória, identidade, produção do conhecimento histórico, valorização e preservação do patrimônio histórico e cultural.

Como a oficina "Resistência em Arquivo: patrimônio, ditadura e direitos humanos" foi elaborada em 2013, em outro contexto político e social, nessa retomada do PEP foi organizada uma reformulação de suas propostas, conteúdo e material didático. Com a contribuição de oito estagiários de graduação da UFRGS vinculados ao APERS pelo Estágio de Docência em História - Educação Patrimonial (Ana Golombiewski, Camila Accordi, Felipe Nunes, Gabriela Custódio, Guilherme Garcia, Gustavo Soares, Matheus Schmidt, e Pedro Kellers), foi possível a realização de uma avaliação crítica e criativa, a fim de rever os materiais e repensar a dinâmica da oficina. O processo teve início no mês de junho de 2023, viabilizando a produção de novos materiais ao longo do mês de julho, para que cada processo selecionado fosse melhor trabalhado a partir da primeira oficina, realizada no início de agosto. Assim, a retomada do Programa de Educação Patrimonial foi fruto de colaboração entre a equipe do APERS e professoras e estagiários da UFRGS, que realizaram pesquisas aprofundadas e participaram dos encontros de reformulação e formação para aprimorar a experiência da oficina. Além de refletir sobre o material didático e a dinâmica da oficina, os estagiários de docência atuaram como oficineiros compondo a equipe de mediação do PEP, para muitos deles a experiência foi o primeiro contato com práticas de docência para turmas escolares. 

Ao longo do mês de agosto o PEP recebeu mais de 200 estudantes para oficinas de educação patrimonial.
Ao longo do mês de agosto o PEP recebeu mais de 200 estudantes para oficinas de educação patrimonial.

Nesta pequena temporada de oficinas, o APERS recebeu mais de 200 pessoas, entre turmas da educação básica, do ensino superior e público geral.  A previsão é de continuidade das oficinas nos meses de outubro e novembro, contando com a participação de estudantes extensionistas da UFRGS para compor a equipe de oficineiros, além da equipe fixa.

A capacidade de oferta de oficinas neste primeiro momento ainda é tímida, porém do ponto de vista da instituição é muito gratificante voltar a desenvolver suas ações educativas, fortalecer sua parceria com escolas e universidades, trazendo para seus jardins e galerias tantos adolescentes, professores e estudantes de graduação. O PEP agradece de forma especial aos professores parceiros, Alice Toldo, Caroline Bauer, Cassiane Vieira, Jocelia Rappetti, Luiz Otávio Fleck, Matheus Soares e Otávio Forneck que trouxeram suas turmas para participar da temporada de oficinas.

Gostou da iniciativa? Tem dúvidas ou gostaria de agendar uma vivência para sua turma? Será ótimo poder estreitar laços com vocês!  Entre em contato conosco através do e-mail acaoeducativa@spgg.rs.gov.br. Quer saber mais sobre as nossas ações educativas, clique aqui!

  

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